1º Ano

A FILOSOFIA PRÉ-SOCRÁTICA OU NATURALISTA

O QUE BUSCAVAM OS PRIMEIROS FILÓSOFOS

Podemos afirmar que o objeto de estudo dos pensadores da natureza é a physis ou a realidade natural. Eles buscam as causas dos processos e fenômenos naturais. Assim, a chave que leva ao conhecimento da natureza encontra-se na própria natureza e não fora dela. Eles acreditavam que na natureza tudo agia e se transformava de acordo com uma relação de causa e efeito. Ou seja, tudo o que existe é um efeito de alguma causa anterior. Desse modo, se se encontra a causa de um efeito, essa causa, por sua vez, também se constitui como efeito de uma outra causa anterior, da mesma forma, essa terceira causa seria o efeito de uma quarta e assim sucessivamente.

Deste nexo causal entre tudo o que existe no universo, entre os fenômenos da natureza, nasce a ciência dos pré-socráticos. Se tal busca continuasse nessa lógica, os pré-socráticos cairiam em uma busca infinita, o que, à semelhança dos mitos, tornaria a Filosofia algo misterioso e inexplicável. Não admitindo a hipótese de sair de uma explicação fantasiosa para entrar em outra, foi necessário admitir que deveria haver uma causa primeira, um princípio ou conjunto de princípios, uma matéria-prima original, denominada Arché, que teria dado início a todo o processo de transformação da natureza. É desse princípio original que os pensadores pré-socráticos estão à procura.

PLATÃO E ARISTÓTELES: OS MESTRES DO PENSAMENTO ANTIGO

PLATÃO E A FUNDAÇÃO DA METAFÍSICA

Por metafísica, entende-se aquilo que está para além do mundo físico ou material. De acordo com a metafísica, também chamada de ontologia, os seres são formados por duas dimensões: a física, que compreende as coisas materiais e sensíveis, portanto mutáveis, e a essência, que se constitui naquilo que é imutável e que só é compreendido pela racionalidade humana. Dessa forma, pode-se dizer que a metafísica busca encontrar ou conhecer aquilo que é essencial do ser e que está para além de sua matéria.

Diz-se que Platão fundou a metafísica, pois a filosofia platônica foi a primeira a afirmar a existência de uma outra realidade superior à realidade do mundo sensível. Essa dimensão suprassensível, metafísica, ficou conhecida como o mundo inteligível ou, como é mais comumente chamada, mundo das ideias. É interessante ressaltar que, atualmente, existem algumas críticas a esse nome, pela confusão que pode trazer. No entanto, nessa concepção, deve-se entender por ideias não uma simples formulação racional da inteligência humana ou capacidade intelectiva, mas formas inteligíveis que existem por conta própria e que constituem a essência ou causa primeira da realidade sensível.

Platão está preocupado com um conhecimento do ser que ultrapasse a simples aparência, que pode gerar uma multiplicidade de saberes. Para ele, existe um saber único sobre as coisas, um saber imutável e essencial que deve ser encontrado para que o homem possua o conhecimento verdadeiro. Aqui encontramos a diferença entre Platão e Sócrates. Enquanto Sócrates está preocupado em conhecer a essência da ação, ou seja, os conceitos sobre os valores ou princípios que devem ser tomados como fundamentos das ações humanas – por isso sua discussão é sobre o que é justiça, coragem, amor, amizade, virtude, etc. –, Platão vai mais além em busca de uma teoria do ser.

A TRAGÉDIA GREGA

COMO EDUCAR UM POVO A PARTIR DOS NOVOS VALORES DA POLIS

A tragédia grega, gênero literário e teatral, ocupou um papel de suma importância para os gregos, principalmente nos séculos V e VI a.C., e foi representada pela figura de importantes trágicos, como Sófocles, Ésquilo e Eurípides. A primeira importância da tragédia está ligada ao aspecto cívico do povo e da cidade, sendo, portanto, utilizada como instituição social de caráter democrático. As tragédias são representadas durante as festividades cívicas de Atenas, e o seu coro é formado por um colégio ou grupo de cidadãos, sendo que a própria cidade é quem financia os escritores e as apresentações. É fundamental destacar que a tragédia traz uma reflexão sobre a cidade e o surgimento da democracia.

O segundo aspecto da tragédia, intrinsecamente ligado ao seu papel cívico, tem como fundo as transformações das relações entre os homens. Inicialmente, os homens pagavam os crimes com outros crimes, vingavam-se uns dos outros na mesma proporção da violência sofrida, pois assim dizia o direito dado pelos deuses. Um crime sangrento cometido por um homem ou por sua família era retribuído igualmente, porque assim diziam as leis e as tradições aristocráticas. Tais crimes eram impostos pelos próprios deuses, que determinavam ser essa a lei natural a ser cumprida por todos.



 

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